A Medalha de Mérito Científico destina-se a galardoar as individualidades nacionais ou estrangeiras que, pelas elevadas qualidades profissionais e de cumprimento do dever, se tenham distinguido por valioso e excecional contributo para o desenvolvimento da ciência ou da cultura científica em Portugal.
As Medalhas de Mérito Científico são uma iniciativa instituída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Considerando o excepcional contributo que a Prof.ª Doutora Maria de Sousa prestou ao desenvolvimento científico, no domínio da Imunologia, após o seu doutoramento em Londres (1971) com a definição de ecotaxis e as descobertas das relações entre o sistema imunológico e a toxicidade do ferro, com a criação do mestrado de Imunologia do ICBAS em 1985 e, em 1996, com a criação do Programa Doutoral em Biologia Básica, associando o ICBAS e as Faculdades de Medicina e de Engenharia da Universidade do Porto; Considerando a prestigiada actividade científica e académica desenvolvida em instituições internacionais de referência, desde o Cornell Medical College, a Direcção do Laboratório de Ecologia Celular do Sloan Kettering Cancer Research Institute, a Harvard Medical School, o Royal College of Pathologists e a European Molecular Biology Organization; Considerando ainda a excepcional contribuição da Prof.ª Maria de Sousa para a consolidação em Portugal de uma cultura de avaliação científica independente, designadamente junto da JNICT e da FCT.
Miriam Halpern Pereira, pelos relevantes contributos em História Contemporânea e influência marcante na formação de várias gerações de historiadores em Portugal, quer como diretora fundadora do Centro de História do ISCTE/IUL como na direção do Arquivo Nacional de Portugal.
Manuela Chaves, pela sua relevância nas áreas da Agronomia e da Ecofisiologia Molecular de Plantas, nomeadamente no estudo sobre a capacidade de adaptação das plantas a ambientes adversos e a sua aplicação à agricultura.
Mário Ruivo, a título póstumo, pelo caráter pioneiro na área da governação internacional do oceano e na investigação científica sobre o Oceano em Portugal, bem como pelo seu papel dirigente na FAO e na COI/UNESCO.
Maria Fernanda da Silva, Doutorou-se em Física, pela Universidade de Manchester (1968). Responsável pelo Laboratório do Feixes de Iões (LFI) do Setor de Física, do Laboratório de Sacavém (desde 1982). Coautora da Escola da OTAN, para a «modificação de materiais usando feixes intensos de iões» (1987). Vice-presidente do Conselho Diretivo do Instituto Tecnológico e Nuclear (1996-2002).
Manuel Paiva, Professor jubilado da Universidade Livre de Bruxelas onde lecionou Física e Biofísica na Faculdade de Medicina. Dirigiu o Laboratório de Física Biomédica da Universidade Livre de Bruxelas. Participou em dez missões espaciais da NASA e da Agência Espacial Europeia.
Maria Irene Ramalho, Professora catedrática jubilada do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Professora visitante do Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Wisconsin-Madison. Destacou-se pelo estudo sobre o Modernismo e a Modernidade, incluindo estudos comparados sobre poesia, poética e filosofia e teorias do feminismo. Faz parte do conselho editorial de várias revistas de literatura e cultura.
Maria Cândida Vaz, impulsionadora do Laboratório de Análises do IST, em Lisboa, distinguiu-se pelo controlo analítico e a inovação e metodologias de análise, bem como pelo estímulo contínuo à qualidade das águas em Portugal. Manteve um Laboratório de Análises de referência nacional e internacional num contexto académico, estimulando a interação com estudantes e investigadores.
Manuel Nunes da Ponte, doutorado pelo Instituto Superior Técnico, distinguiu-se pelas suas contribuições em Engenharia Química e Biológica, tendo formado várias gerações de engenheiros químicos em Portugal. Foi Diretor do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) e investigador responsável pelo projeto Tecnologias e Processos Limpos em Engenharia Química e Biológica. Venceu em 1996 o Prémio Ferreira da Silva. Presidiu à Iniciativa Eureka e teve um contributo relevante na promoção da inovação em biotecnologia e em processos industriais em Portugal no contexto Europeu.
Maria João Saraiva, obteve o Doutoramento e a Agregação em Ciências Biomédicas na Universidade do Porto, é Professora Catedrática de Bioquímica do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Distinguiu-se pelos seus estudos de mais de 30 anos sobre a Paramiloidose. Coordenou o Grupo de Neurobiologia Molecular do Instituto de Biologia Molecular e Celular que se dedica à Bioquímica e Genética Molecular da doença. Recebeu o Prémio Gulbenkian Ciência 2009 pelo trabalho desenvolvido no estudo dos mecanismos bioquímicos e genéticos da Paramiloidose.
Bióloga e especialista em aquacultura, tendo sido particularmente ativa no desenvolvimento da área das ciências do mar no Algarve, assim como no desenvolvimento da aquacultura em Portugal. Foi fundadora do CCMAR, na Universidade do Algarve. É professora emérita da Universidade do Algarve.
Doutorada em Cristalografia Química pelo Imperial College de Londres. Distinguiu -se na área da Genómica Estrutural. Investigadora e docente no Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB) da Universidade Nova de Lisboa onde coordenou a Unidade de Cristalografia Macromolecular e o Laboratório de Genómica Estrutural no ITQB. Foi presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia entre 2014 e 2016. Foi vice -reitora da Universidade Nova de Lisboa e vice -diretora do ITQB.
Bióloga marinha e investigadora do MARE — Centro de Ciências do Mar e do Ambiente. Distinguiu -se na área das ciências do mar, como cientista e divulgadora de ciência. Foi vice -presidente do Instituto Nacional de Investigação das Pescas e foi presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências Naturais. Professora catedrática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Foi uma das fundadoras e preside a AMONET — Associação de Mulheres Cientistas.
Doutorado em Engenharia pela Universidade de Leeds no Reino Unido. Distinguiu -se na área da engenharia biomédica, nomeadamente em biomateriais e materiais utilizáveis em medicina regenerativa, assim como em processos de reabilitação celular e de interações tecidulares e nanotecnologias. Fundou e coordenou o grupo de investigação em novas terapias do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica. Dirigiu o programa doutoral em biotecnologia molecular e celular aplicada às ciências da saúde do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar. Professor catedrático na Faculdade de Engenharia e no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Foi presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, JNICT.
Licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e doutorado em Patologia Oncológica pela FMUP. Fez o pós -doutoramento no Norsk HydroZs Institute for Cancer Research, na Noruega. Chefe de serviço no Hospital Universitário de São João desde 1988. Participou na criação do IPATIMUP que dirige desde a sua fundação. Tem dedicado a carreira à investigação na área da anatomia patológica, particularmente tumores da tiroide. Em 2015 foi eleito o patologista mais influente do mundo pela revista britânica The Patologist. É professor catedrático de anatomia patológica na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto. Recebeu o Prémio Bordalo de Ciência e o Prémio Pessoa. Distinguido como Grande Cavaleiro da Ordem Real da Noruega e com a Grã -Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Secretária pessoal do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nos XXII, XXI, XVIII, XVII, XIV e XIII Governos Constitucionais. Oficial administrativa principal do quadro do Instituto Superior Técnico, desempenhou ainda funções na Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, na Comissão Nacional da FAO do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na Secretaria -Geral do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, bem como na Junta Nacional de Fomento das Pescas.
Licenciada em Engenharia pelo Instituto Superior Técnico e Doutorada em Ecotoxicologia Marinha pela Universidade de Reading (Reino Unido) e em Oceanografia pela Universidade do Algarve. É Professora Catedrática Jubilada e Diretora do Centro de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Algarve. Membro do Grupo de Peritos do Processo Regular para a Avaliação do Estado do Ambiente Marinho, incluindo os Aspetos Socioeconómicos das Nações Unidas. Foi Presidente da Associação das Mulheres Cientistas AMONET (2008-2011). Prémio Mérito - Grau Ouro atribuído pela Município de Faro.
Doutorada em Direito Europeu e Internacional pela Universidade de Nice, Mestre em Direito pela Universidade de Harvard. Professora catedrática do ISCTE, Investigadora e Diretora (2013 a 2016) do Dinâmia’CET, ISCTE-IUL. Distinguiu-se nos domínios de Direito da Economia, regulação da era digital e estudos sociais da ciência e da tecnologia. É autora de mais de 200 publicações. Tem sido membro de grupos de peritos e conselhos consultivos das Nações Unidas e da União Europeia e de órgãos científicos e consultivos de instituições universitárias e da administração pública em Portugal. Foi uma das 100 cientistas homenageadas pelo Ciência Viva no Dia da Mulher em 2016.
Professor Emérito do Departamento de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, foi um dos pioneiros da Biotecnologia em Portugal e teve especial impacto na criação e direção do Centro e Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho. Licenciado em Engenharia Química pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em 1972 e doutorado em 1985, em Engenharia Bioquímica pelo Institut National des Sciences (INSA) em Toulouse. Foi Vice-reitor da UMinho, entre 2002 a 2009. Foi distinguido pela Sociedade Portuguesa de Biotecnologia com o Prémio Carreira Júlio Maggiolly Novais, pelo seu papel no desenvolvimento da biotecnologia portuguesa.
É uma das maiores referências mundiais na área da robótica. Destaca-se na área da Inteligência Artificial, Robótica e Ciência da Computação, e desenvolve a sua investigação nas áreas da inteligência artificial e da robótica. Licenciada e Mestre em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico. Desde 1992, é professora no Departamento de Ciência de Computadores (CMU), e atualmente detém o título de “Herbert A. Simon University Professor.” Doutorada em Ciência de Computadores pela Universidade Carnegie Mellon (CMU), coordena o Departamento de Machine Learning desde 2016. Foi pioneira no conceito de “Autonomia Simbiótica” com os robôs CoBot na resposta às limitações de perceção. Foi presidente da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial e da Federação RoboCup. Foi distinguida em 2018 com o Prémio Maria de Lourdes Pintasilgo, pelo seu papel determinante e impacto na sociedade portuguesa.
Manuel Carrondo, Professor de Engenharia Química e Bioquímica na Universidade Nova de Lisboa, tem estado envolvido na investigação de tecnologia de células animais desde meados dos anos 80. Criou o iBET em Oeiras em 1988 e a Genibet como spin off em 2006 para realizar produções de biofármacos para ensaios clínicos, incluindo para terapia genética e celular. Atualmente vice-presidente do iBET, Manuel Carrondo foi recentemente distinguido com o Prémio Cell Culture Engineering (CCE) 2021 e anteriormente com a Medalha de Mérito da Sociedade Europeia de Tecnologia de Células Animais (2007). Foi membro de vários Conselhos Consultivos Científicos internacionais e entre outras atividades de grande relevo, foi fundador e membro da direção da Academia Portuguesa de Engenharia, e Representante Português no Grupo de Trabalho sobre Biotecnologia, Nanotecnologia e Tecnologias Convergentes da OCDE entre 2014 e 2018.
Com doutoramento em Parasitologia pela University College London e experiência de pós-doutoramento na New York University Medical School, avançou significativamente na compreensão dos parasitas Plasmodium. Liderou grupos de investigação no Instituto Gulbenkian de Ciência e no Instituto de Medicina Molecular (iMM), onde desempenhou também o cargo de Diretora Executiva. Recentemente, foi nomeada CEO do Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (GIMM), uma nova instituição criada com a fusão do iMM e do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC). Ganhou prémios de prestígio como o EMBO Young Investigator Award e o Sanofi – Institut Pasteur Award. Tem sido convidada para proferir palestras em diversas conferências internacionais e instituições de investigação de renome em todo o mundo.
Com um doutoramento pela University College London, e pos-doutoramento na Universidade de Cambridge, estudou mecanismos de proliferação celular. O seu grupo fez descobertas importantes na regulação do citoesqueleto e na biogénese dos centrossomas e cilios, estruturas importantes para a proliferação, sinalização e movimento celular. Foi diretora do Instituto Gulbenkian de Ciência, promovendo a investigação na área de One health e também uma ligação das instituições de ciência e dos cientistas muito próxima à sociedade. Recebeu vários prémios e honras, incluindo prémios Pfizer, o Eppendorf Young Investigator award, duas bolsas do ERC e é membro de várias organizações científicas prestigiadas, incluindo a EMBO e Conselho Consultivo Científico do European Molecular Biology Laboratory. Foi presidente da EU-Life Alliance de 2021 a 2023, promovendo assim o papel dos Institutos de Investigação no ecossistema das ciências da vida na Europa.
Mestre em Administração Pública pela Universidade do Minho e doutorada em Ciências Empresariais pela Universidade de Santiago de Compostela. Em 2012, recebeu o título de agregado em Gestão, pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. Maria José Fernandes é, desde 2017, Presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e, desde 2022, Presidente do CCISP – Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos. Além dos cargos de presidência, é Professora Coordenadora Principal do Departamento de Contabilidade e Fiscalidade da Escola Superior de Gestão do IPCA. É coautora de mais de 15 artigos em revistas e 8 capítulos de livros com revisão por pares; tem 2 livros editados, 2 livros publicados e 50 comunicações em conferências. Participou no comité organizador de 8 conferências internacionais.
Natural de Lisboa, onde nasceu em 1956, Maria de Lurdes Rodrigues é Reitora do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa desde 2018, tendo sido reeleita em 2022. Nesta mesma instituição doutorou-se em Sociologia e é, atualmente, Professora Associada no Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas. Foi Presidente do Observatório das Ciências e das Tecnologias do Ministério da Ciência e da Tecnologia, entre 1997 e 2002. É autora de dezenas de artigos publicados em revistas científicas e obras coletivas, e tem na Sociologia das Profissões e na Escola Pública duas das suas áreas de especialidade. De 2005 a 2009, foi Ministra da Educação, tendo lançado e realizado diversas reformas. Presidiu à Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) entre 2010 e 2014.