As vacinas protegem as pessoas de contrair doenças infecciosas e ajudam a impedir a transmissão destas doenças na comunidade, representando por isso uma das conquistas mais significativas para a saúde pública.
A Agência Europeia de Medicamentos assegurou no passado dia 21 de dezembro e 6 de janeiro, respetivamente, a segurança das vacinas Comirnaty e Moderna. Existem mais 2 vacinas em estudo pela mesma entidade reguladora.
Em Portugal a campanha de vacinação contra a COVID-19 iniciou-se a 27 de Dezembro com os profissionais de saúde, estendendo-se já aos lares de idosos. A primeira fase do plano de vacinação (até final de março), abrange também profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos.
Os agentes patogénicos, como os vírus e bactérias, desencadeiam uma resposta específica no nosso sistema imunitário, que culmina na produção de anticorpos que apoiam a eliminação do agente infecioso.
Estes anticorpos atuam através do reconhecimento de partes específicas de cada agente patogénico, como proteínas da superfície da membrana – marcadores a que chamamos antigénios. Quando o nosso organismo é exposto a um determinado antigénio pela primeira vez, o nosso sistema imunitário leva algum tempo a responder e produzir anticorpos específicos para esse antigénio. Enquanto isto não acontece, a pessoa está suscetível ao desenvolvimento da doença.
Mas felizmente o nosso sistema imunitário também tem “memória”, e se o organismo for exposto uma segunda vez ao mesmo agente patogénico, a produção de anticorpos é muito mais rápida, protegendo-nos da doença.
As vacinas funcionam com base neste princípio. As vacinas contêm partes enfraquecidas ou inativas de um determinado organismo ou instruções para a produção destes antigénios pelas nossas próprias células, desencadeando uma resposta imunológica no nosso corpo, a produção de anticorpos e um sistema de memória. Se no futuro a pessoa entrar em contacto com o verdadeiro vírus ou bactéria causadores de doença, o sistema imunitário irá “lembrar-se” deles e atuar rapidamente, protegendo a pessoa da doença – a pessoa fica imune.
A imunidade geralmente dura anos e, por vezes, toda a vida. Mas a duração da imunidade varia consoante a doença e a vacina.
Testemunho da investigadora Portuguesa Paula Alves (IBET e ITQB)
A vacinação não só protege quem é vacinado como aqueles que, na comunidade, não podem ser vacinados. Quando alguém é vacinado, é muito provável que fique protegido contra a doença-alvo, mas há um pequeno número de pessoas que não pode receber vacinas porque apresenta problemas relacionados com o regular funcionamento do sistema imunitário ou porque desenvolvem alergias graves a alguns excipientes. Estas pessoas podem ainda assim ser protegidas através da chamada imunidade de grupo.
Quando uma grande parte da população é vacinada, o agente patogénico tem dificuldade em difundir-se porque maioria das pessoas que encontra são imunes. Limitando por isso a probabilidade de infetar as pessoas que não podem ser diretamente protegidas pelas vacinas.
- Farmacêutica: Pfizer-BioNtech
- Tipo de vacina: RNAm
- Número estimado de doses: 2x
- % Efetividade: 95%
- Caraterísticas de armazenamento: -70 ºC
- Fase de avaliação: Aprovado (>16 anos)
- Farmacêutica: Moderna Biotech Spain, S.L.
- Tipo de vacina: RNAm
- Número estimado de doses: 2x
- % Efetividade: 94%
- Caraterísticas de armazenamento: -20 ºC
- Fase de avaliação: Aprovado (>18 anos)
- Farmacêutica: Oxford-AstraZeneca
- Tipo de vacina: Vetor viral
- Número estimado de doses: 2x
- % Efetividade: 60%
- Caraterísticas de armazenamento: 2-8 ºC
- Fase de avaliação: Aprovado (>18 anos)
- Farmacêutica: Janssen-Cilag
- Tipo de vacina: Vetor viral
- Número estimado de doses: 1x
- % Efetividade: Em avaliação
- Caraterísticas de armazenamento: 2-8 ºC
- Fase de avaliação: Em avaliação