O desenvolvimento tecnológico e a disponibilização de equipamentos, tais como telemóveis ou tablets, aproximaram o utilizador da informação, colocando-a no bolso, à distância de um toque. Porém, a utilização generalizada deste tipo de equipamentos e a diversidade de meios de comunicação, generalizaram a utilização do formato digital, suporte até então procurado junto de um centro ou museu de ciência.
Esta inversão, gradualmente foi alimentando a necessidade de reinvenção dos suportes utilizados para comunicar ciência, alertando para a necessidade de que para além da interação, o material de divulgação deve poder ser construído pelo próprio público.
É neste contexto que surge o conceito de ?espaço maker?, onde o digital partilha o espaço com elementos físicos, não raras vezes produzidos pelo próprio utilizador, com base nos conteúdos científicos e tecnológicos que vão sendo comunicados e que gradualmente vão permitindo construir o conhecimento, e consequentemente, a ferramenta de comunicação numa determinada área.
A informação partilhada pelo comunicador promove a aplicabilidade dos conteúdos por parte do utilizador, inspirando a sua criatividade e dando origem a uma explosiva reação altamente enriquecedora para ambas as partes.
É com base neste novo paradigma que a equipa da Associação Centro Ciência Viva do Lousal desenvolveu o seu mais recente projeto que conjuga componente expositiva com um convite para que o próprio utilizador contribua para a construção do elemento chave de comunicação.
Recorrendo ao conceito ?Hands on?, a desenvolveu-se uma maquete, construída na totalidade a partir de materiais de uso corrente, onde são representados diferentes biótopos nos quais é possível identificar elementos que apresentam diferentes formas de luminescência. Mediante a aplicação de diferentes conceitos, o utilizador poderá ativar diferentes secções da maquete, sendo para tal convidado a realizar atividades práticas relacionadas com diferentes áreas do conhecimento. Reações químicas de luminescência, fluorescência associada a determinados minerais ou a ativação de circuitos elétricos que permitem desencadear determinadas ações, são alguns dos exemplos das interações que permitem dar ?vida? à maquete, alimentando os conceitos de biologia que servem de base aos diferentes ambientes.
Além da maquete conjugar uma grande diversidade de conteúdos científicos, revelando-se uma fortíssima ferramenta de comunicação, destaca-se o facto da mesma não ser estacionária, podendo receber novos elementos resultantes da participação e contribuição do utilizador. A participação ativa na construção da maquete, constituí ainda uma carta convite para a introdução e exploração de diferentes propriedades dos materiais, inevitavelmente ligadas aos aspetos científicos que as explicam.
Esta ferramenta, inovadora do ponto de vista quer da conceção, quer da forma de comunicar de ciência, constitui uma forma alternativa e desafiante que confronta o utilizador com a necessidade de ser um participante ativo, que contribuí para a construção do próprio espaço e material expositivo.

A antiga central elétrica da Mina do Lousal, que serviu outrora para a produção e fornecimento de energia a todo o couto mineiro do Lousal, incluindo as habitações da própria população, alberga no seu interior, um importante espólio industrial que despoletou a conversão deste espaço, no ano de 2001, num objeto museológico cuja gestão e dinamização é da responsabilidade da Associação Centro Ciência Viva do Lousal.
De todo o património que integra a antiga Central Eléctrica da Mina do Lousal, destaca-se um impressionante conjunto de peças e equipamentos, com particular destaque para o motor, cuja intervenção e reabilitação visa proporcionar ao público do museu uma experiência única que o fará recuar no tempo e perceber, de uma forma dinâmica e devidamente contextualizada, os aspetos técnicos relacionados com o funcionamento deste equipamento.
Oriundo da Mina de Aljustrel e instalado na Mina do Lousal em 1934, este equipamento foi o primeiro motor a ser instalado no complexo mineiro, fazendo parte do conjunto de 4 motores que trabalhavam continuamente para gerar a energia elétrica que outrora alimentou todo o complexo Mineiro. Atualmente todo este património industrial está disponível para ser visitado, graças à valorização da antiga Central Eléctrica da Mina do Lousal, conseguida através do projeto de valorização do património museológico dinamizado e financiado pela FFV - Fundação Frédéric Velge e apoiado tecnicamente pela APAI - Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial.
Alimentando a constante necessidade de reinvenção do espaço do Museu Mineiro do Lousal, procurando direcionar a oferta para um leque alargado de público, a Associação Centro Ciência Viva do Lousal, considerando este equipamento uma importante ferramenta de aprendizagem de diferentes áreas científicas e técnicas, reuniu esforços no sentido de recuperar, restaurar e dinamizar esta peça, com o objetivo de cultivar o interesse do público do Museu.
O motor objeto alvo deste projeto, é um motor a diesel, da marca Carels Ingersoll-Rand, denominado 3 E Motor de 3 cilindros, construído pela SEM - Societé d?Électricité et a Mécanique na Bélgica, uma peça única que marcou a história da produção de energia elétrica a partir de motores a diesel. Oriundo da Mina de Aljustrel e instalado na Mina do Lousal em 1934, foi o primeiro motor a produzir energia elétrica para todo o complexo mineiro e em particular para alimentar os compressores elétricos que garantiam o funcionamento de todo o equipamento utilizado na exploração mineira, marcando definitivamente o arranque de um novo ciclo de prosperidade e desenvolvimento tecnológico no couto minério do Lousal.
Dada a importância do motor Carels Ingersoll-Rand no quotidiano da Mina do Lousal e tendo em conta a evolução que se verificou nos motores ao longo de cerca de 100 anos, a Associação Centro Ciência Viva do Lousal considerou que o mesmo deveria ser intervencionado no sentido de esta peça em funcionamento, ainda que sem produzir energia eléctrica, e com pequenas alterações físicas, nomeadamente no que respeita à possibilidade de observação de todo o sistema mecânico de funcionamento, objetivo que foi conseguido graças à utilização de placas acrílicas que foram instaladas em locais chave da estrutura. Desta forma será facultado, ao olhar do visitante mais curioso, uma janela não só para a história da mecânica e do desenvolvimento tecnológico, mas também para a história do Lousal e do seu riquíssimo património.

Mining is an essential activity in today's society, as it provides the essential materials and metals to maintain our current development level. However, it also generates a high environmental impact wherever it occurs. Mining activity not only directly transforms the landscape, but also has a major impact on the surrounding ecosystems. One of the worstenvironmental problems facing mining today is the impact on the river networks downstream.The emission of chemical and physical wastes into the river network greatly affects water quality, and thus the entire ecosystem. Furthermore, unlike other human activities that have an impact on the environment (creation and growth of urban infrastructures, agriculture, livestock farming, etc.), mining generally implies a clear temporary use: mining ends when the resources are exhausted, or when the need for them ceases to exist. For this reason, mining must contemplate the recovery of the land, with increasingly demanding criteria, so that the initial characteristics of the affected area are maintained or even improved.

La minería es una actividad imprescindible en la sociedad actual, ya que proporciona los materiales y metales esenciales para mantener nuestro actual nivel de desarrollo. Sin embargo, también genera un elevado impacto ambiental allí donde se produce. La actividad minera no solamente transforma de manera directa el paisaje, sino que tiene un gran impacto en los ecosistemas y paisajes circundantes. Uno de los mayores problemas ambientales a los que se enfrenta la minería hoy en día es la afección a las redes fluviales cercanas. La emisión de residuos químicos y físicos a la red fluvial afecta enormemente a la calidad de las aguas, y por ende a todo el ecosistema. Por otra parte, la minería, a diferencia de otras actividades humanas con efectos transformadores y degradantes sobre el territorio (creación y crecimiento de núcleos urbanos, agricultura, ganadería...), implica una clara temporalidad: la explotación minera termina con el agotamiento de los recursos, o con el cese de su necesidad. Por ello, la minería ha de contemplar la recuperación de los terrenos, con criterios cada vez más exigentes, de forma que se mantengan, o incluso se mejoren, las características iniciales de la zona afectada. No hacerlo ha supuesto en el pasado adquirir la consideración de actividad destructiva.

Criação de uma experiência no Centro Ciência Viva do Alviela para complementar a visita regular com a descrição do princípio de funcionamento e tecnologia subjacente usada na criação de cada módulo das exposições do centro.

A Villa de Milreu é um exemplo do modelo de ocupação romana da região da Iberia, centrada na exploração dos recursos agrícolas, marinhos e na produção de bens alimentares, que eram exportados por via marítima para os portos do Império. É já o terceiro ano que o Centro Ciência Viva do Algarve traz bioexperiências às ruínas de Milreu, um conceito que pretende proporcionar aos participantes a possibilidade de vivenciar de forma prática a cultura e costumes do Algarve Romano à luz de um enquadramento científico, mas informal e lúdico.
Dado o sucesso dos anos anteriores, recuperamos e reformulamos algumas das atividades já realizadas, mas segundo um novo enquadramento.
Assim, após viajarmos "Do saber ao sabor" e "do saber ao bem estar" na era romana, o mote para este ano é "Do saber ao fazer".
Dado que "fazer" foi algo que claramente caracterizou a sociedade romana, sentimos a necessidade de abordar a temática ao longo de dois dias, explorando o "fazer" no âmbito do "labor" no primeiro dia (24 de setembro) e do "ócio" no segundo (1 de outubro).
Ambos os eventos "Do saber ao fazer: bioexperiências romanas" são realizados no âmbito do programa DiVaM 2017 e das Jornadas Europeias do Património 2017. Esperamos que passe bons momentos connosco em Milreu!

Os centros de ciência, criados no âmbito do Programa Ciência Viva, constituem-se como um dos novos contextos de divulgação de ciência e de promoção da cultura científica. Como contributo para um conhecimento mais aprofundado dos públicos destes museus interactivos de ciência e tecnologia e do seu relacionamento com estes espaços, foi desenvolvida uma pesquisa de carácter qualitativo, centrada no público não-escolar do pólo dinamizador da rede de centros Ciência Viva - o Pavilhão do Conhecimento. O objectivo principal desta pesquisa, que contemplou entrevistas a visitantes, foi identificar e interpretar diferentes experiências e estilos de visita entre o público não-escolar. Procurouse perceber de que forma o contexto da visita, mas também outros factores relacionados com as trajectórias biográficas, influenciam essas experiências. O presente working paper apresenta os principais resultados e conclusões da investigação.

Qual o estado da cultura científica em Portugal? Como é feita a divulgação científica no nosso país? Que instituições se dedicam a essa tarefa? Que investimento é feito nela? Que resultados obtêm? Encontre a resposta a estas e outras questões neste estudo da autoria de António Granado e José Vítor Malheiros, publicado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.