A comunicação de ciência (SC) é apontada, quer pelos cientistas, quer pelos gestores dos projetos, como um dos propósitos centrais da ciência cidadã (CC). Por outro lado, sabemos que o sinergismo entre ensino e SC, nomeadamente através de CC, ajuda a fluir resultados e processos científicos para audiências não especializadas. É numa CC que congrega objetivos científicos e objetivos de ensino e de SC que o projeto ?CoAstro: um Condomínio de Astronomi@? emerge. O CoAstro foi organizado em duas grandes etapas: o envolvimento dos professores com a investigação em astronomia e a promoção de atividades de ensino e de SC. Em ambas, foi realizada uma investigação qualitativa, com recolha de dados através de entrevistas, questionários, observações participantes e documentos de trabalho produzidos pelos professores. Tais dados foram analisados utilizando estatística descritiva e análise de conteúdo. A CC, como técnica investigativa no CoAstro, gerou contributos que conduziram à: i) determinação da composição de 57000 estrelas e caraterização das suas luminosidades; ii) validação e consequente publicação, da primeira descoberta e caraterização de um planeta, pelo ?Planet Hunters TESS?. Para os astrónomos e comunicadores de ciência verificamos que o CoAstro influenciou a investigação e a SC, bem como a forma de as estruturar. Por outro lado, o CoAstro reforçou, nestes participantes, a sua perceção quanto à importância e propósitos da SC e a relevância de a associar à educação. No caso dos professores verificaram-se, alterações nas suas atitudes em relação à astronomia e aumento do conhecimento conceptual desta ciência. Tal conduziu a alterações nas suas práticas letivas e no trabalho colaborativo com os seus pares. Assim, torna-se possível afirmar a CC do CoAstro também como um método de SC e o ensino como uma forma de, pela CC, fluir resultados e processos científicos para audiências que espontaneamente não se envolveriam com a astronomia.

O Expolab-Centro Ciência Viva, com a situação pandémica sofreu grandes limitações à sua "normal" atividade: escolas encerradas ou sem autorização para visitas de estudo; menor número permitido de visitantes em simultâneo; impossibilidade de realização de eventos... Como todos, tivemos de nos reajustar! Para além das ações online, passou a ser estratégica (e fundamental) a deslocação do centro às escolas e instituições para a realização de atividades. O Expolab, localizado na ilha de São Miguel, viu aqui também uma oportunidade de alargar, de forma mais efetiva, a sua ação à ilha de Santa Maria. Com a mobilização de um recurso humano em permanência para esta ilha, lançou-se num projeto piloto para a criação de uma extensão do Expolab em Santa Maria, não provida de um centro de ciência localmente. O projeto avançou tendo como objetivos proporcionar o contacto com atividades C&T e estimular a curiosidade científica e tecnológica tanto ao público escolar como na comunidade local; fomentar a escolha de formação/ carreiras nestas áreas; e promover a mobilização, concertação e articulação com instituições locais, com ligação às mais variadas áreas do saber e da cultura, na prossecução destes objetivos, na materialização de complementaridades e na rentabilização de recursos. O projeto está a ter uma ótima aceitação e a sua implementação tem decorrido sem constrangimentos significativos, uma vez que nesta ilha, até ao momento, a pandemia tem-se mantido em níveis de muito baixo risco. Com o fecho de umas portas nasceu esta oportunidade de se abrirem outras...

O contexto gerado pela pandemia levou-nos todos a implementar mudanças. No Exploratório - Centro Ciência Viva de Coimbra definimos novas estratégias para garantir a continuidade do trabalho de comunicar ciência a crianças e adultos, em contexto familiar ou escolar. Analisámos a conjuntura, averiguámos necessidades e interviemos nos espaços, nos conteúdos, nos materiais e nos formatos, dando asas à criatividade e acompanhando a evolução da situação nas várias etapas que foram surgindo, de forma a chegar a todos, em segurança, num ano tão desafiante. Todos para casa! Em março de 2020 criámos a linha telefónica Quaren..quê?! À distância, clarificámos questões sobre a Covid-19 e sugerimos atividades para fazerem durante o confinamento. Preparámos experiências para famílias que disponibilizámos online no Juntos em casa...fazer o quê?. Mantivemos a proximidade com quem não nos podia visitar. Estamos de volta! Voltámos ao contacto presencial alicerçados na temática A ciência sai à rua. Criámos um novo programa de férias para crianças - Aventuras Lá Fora - aproveitando ao máximo os espaços naturais envolventes. Desenvolvemos oficinas para famílias - Vamos fazer juntos! - e explorámos o Parque Verde através da Pedalada de Ciência. Também médicos e cientistas aceitaram o nosso desafio, reformulando conversas anteriormente planeadas de forma a abordar o tema em que todos estávamos a pensar. Acabou o verão! Com o fim do Verão, preparámo-nos para conseguirmos garantir em segurança atividades indoor. Convertemos áreas antes não utilizadas em zonas dinâmicas, criando o Family Lab e desenvolvemos novos programas como o Só mais uma? no mágico Hemispherium. De volta a casa! O online aproximou-nos novamente e levou-nos a casa de famílias e a escolas distantes num novo formato de hands-online. Levámos Workshops com temáticas à escolha, livros com ciência escondida e até espetáculos interativos à distância de um écran! Que etapa se seguirá?

A comunicação de ciência é uma atividade crucial para informar os públicos sobre as descobertas da ciência, os processos da investigação científica ou os riscos e benefícios de tecnologias diversas. No âmbito de um projeto europeu, este artigo, baseado em dados qualitativos (uma consulta a uma centena de cidadãos portugueses), explora de que forma as pessoas têm acesso a informação científica, o que conhecem da comunicação de ciência feita em Portugal e o que sugerem para melhorar esta comunicação de forma a torná-la mais eficaz.

À medida que aumenta o número de eventos e de atividades em que os cientistas interagem diretamente com crianças, surge o interesse em compreender melhor essas práticas e desafios de comunicar ciência para esse público. Este trabalho reflete o trabalho de investigação que teve como foco o evento Encontro com Cientista, da Escola Ciência Viva do UC Exploratório Centro Ciência Viva da Universidade de Coimbra, dirigido para o público pré-escolar. Pretendeu-se estudar as características das atividades desenvolvidas e dos cientistas participantes, assim como compreender os desafios de comunicar ciência para esse público. Esta investigação adotou diferentes métodos de recolha de dados (questionários, entrevistas e observação direta) durante as três fases da investigação (pré-, durante e pós- atividade) com análise de dados quantitativa e qualitativa. O estudo foi realizado tendo por base 8 sessões e 16 cientistas dinamizadores. Como resultados globais podemos constatar que, na preparação da atividade, os cientistas tinham objetivos e mensagens-chave para a atividade e pensaram em possíveis desafios que poderiam enfrentar. As atividades não foram testadas antes do dia. As características da atividade, estilo e formato foram todos diferentes entre sessões, no entanto, uma parte comum foi a introdução como um momento de proximidade com o público, e a utilização de diferentes espaços da sala para diferentes partes da atividade. Foi encontrada uma diversidade de resultados sobre as motivações dos cientistas, no entanto, todos concordaram sobre a relevância da formação em comunicação para públicos específicos. Após reflexão dos cientistas, estes constataram que cumpriam maioritariamente os seus objetivos. Esta investigação perspetiva também um conjunto de orientações para os cientistas para atividades futuras de Comunicação para o público pré-escolar, quer nas Escolas Ciência Viva de outros centros, quer noutros eventos dirigidos a este público.

Neste artigo pretende-se apresentar o jogo de tabuleiro "A aventura para o conhecimento" como uma ferramenta facilitadora do processo de ensino-aprendizagem. Este foi criado para auxiliar a disseminação e comunicação de ciência no âmbito de um projeto de investigação internacional e interdisciplinar que estuda as alterações ambientais que ocorreram ao longo dos últimos 7500 anos na costa sudeste de Moçambique. No jogo cada jogador(a) é convidado(a) a assumir o papel de um investigador(a) que participa num trabalho de campo onde irá criar conhecimento para escrever um livro. Para tal vai necessitar de recursos materiais e humanos para analisar diversos indicadores paleoambientais, e a velocidade com que vai fazê-lo vai depender de diversas condicionantes. Este jogo encontra-se disponível em https://ccvalg.pt/inmoz/inmozPT.html.