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Programa em atualização

Há coisas que nunca se poderão explicar por palavras

ID: 2711

José Saramago nasceu, a 16 de Novembro de 1922, na aldeia de Azinhaga, no Ribatejo. Como era apanágio na época, só foi registrado no dia 18. Filho e neto de camponeses. Em eterna peleja contra a apatia e o desdém demonstrou uma vontade rebelde que nem o tempo conseguiu fazer definhar. A sua obra enuncia, evidencia, carpe, lastima, deslumbra e arrebata tanto quanto inquieta e move quem a lê. O pensamento e a escrita de Saramago perturbam e incutem pela prodigalidade e argúcia da perspectiva. As leituras que dele fazemos [também elas], têm uma potência selvagem. É, precisamente, partindo deste vigor rebelde que a Casa da Cultura de Estremoz se propõe homenagear Saramago no centenário do seu nascimento. Que espaço mais adequado que um convento para evocar a memória do autor? Abrem-nos as portas as Maltezas. Atual residência do Centro Ciência Viva de Estremoz. Será precisamente aí que iremos ver Saramago. Em imagem e movimento.
Pelas 16:00 horas, a exposição fotográfica de António Xavier será inaugurada. Trata do “Encontro” entre o fotógrafo e Saramago. Retrato de um José Saramago verdadeiro, na sua dimensão humana e até na sua relação com a paisagem, o destas imagens colhidas, em diversas ocasiões e circunstâncias, por António Xavier. Magnífico fotorrepórter, estremocense e colaborador do Brados do Alentejo, competente, atento e sensível, sem quaisquer assomos de vedetismo, antes com a humildade (no melhor sentido) de querer fazer sempre um trabalho sério e limpo.
Pelas 16.30h é tempo de imagem em movimento. Dar-se-á início ao ciclo de cinema “Se puderes ver, repara”. Para o efeito foram escolhidas duas curtas metragens que, em nossa opinião, encarnam o imaginário visual de Saramago. Em “Sortes”, velhos montes vão caindo vagarosamente sobre a terra. A mesma terra da qual um dia foram erguidos. Sem protesto, voltam a ser só chão, como se não tivessem abrigado gerações de gente lavrando, semeando, ceifando, amassando e comendo o fruto do duro trabalho. Fingindo não ter escutado as estórias, modas, décimas e outras poesias, testemunhado a seca, o abandono, a fuga para a cidade. Ao ritmo do trabalho do campo e pela voz dos poetas populares, torna-se retrato dos que ficaram e requiem aos que foram.
Em “Lá fora as Laranjas estão a nascer”, uma montanha turva. Olhares desconfiados e a inquietação de um silêncio absoluto. Cantos sagrados ecoam da igreja enquanto um homem permanece só entre as paredes da sua escura casa. Errando pela natureza esplêndida, lamenta a sua condição de homem condenado a servir o mundo que rejeitou.

Duração: 2.00 Horas

Observações: Organização da Casa de Cultura de Estremoz em parceria com Centro Ciência Viva de Estremoz.
Não necessita de inscrição prévia.
Entrada gratuita.

Instituição: Centro Ciência Viva de Estremoz

Tipo de Evento: Conferência | Colóquio | Palestra, Documentário

Presença: Presencial

Máximo de Participantes por Sessão: 50

Coordenadas GPS: 38.84290525, -7.5841105921387

Localidade: Estremoz

Concelho: ESTREMOZ

Distrito: EVORA

Mais informações: https://www.ccvestremoz.com/

Imagens:

Data:

19-11-2022 16:00