A investigadora e divulgadora de ciência Maria Amélia Martins-Loução, a cooperativa de educação e proteção marinha Ocean Alive, a série da SIC “Admirável Mundo Novo” e a campanha publicitária sobre fumagem tradicional da marca Izidoro e da agência O Escritório são os vencedores dos Prémios Ciência Viva deste ano.
O Grande Prémio Ciência Viva 2021 distingue Maria Amélia Martins-Loução pela sua ação notável na promoção da cultura científica enquanto professora, bióloga e divulgadora na área da Ecologia. Presidente da Sociedade Portuguesa de Ecologia, tem-se destacado pela sua participação pública através da escrita de artigos de opinião sobre as ameaças à biodiversidade. Foi vice-Reitora da Universidade de Lisboa, diretora do Jardim Botânico de Lisboa, presidente da direção do Museu Nacional de História Natural e presidente do Departamento de Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências.
O Prémio Ciência Viva Educação 2021 distingue a cooperativa de educação e proteção marinha Ocean Alive, co-criada em 2015 pela bióloga marinha Raquel Gaspar. A atividade desta associação tem sido centrada na preservação das pradarias marinhas que capturam carbono e servem de berçário para as presas dos golfinhos, contribuindo simultaneamente para a cultura científica das comunidades locais. Através do programa “Guardiãs do Mar” da Ocean Alive, as mulheres pescadoras do Estuário do Sado realizam campanhas de sensibilização, transformando-se em educadoras e ajudantes dos investigadores que trabalham no mapeamento e conservação das pradarias marinhas.
O Prémio Ciência Viva Media 2021 distingue “Admirável Mundo Novo”, uma série da SIC dedicada a descodificar e tornar acessível a um público generalista o conhecimento gerado nas várias áreas da ciência. No final de cada ano, a jornalista Miriam Alves convida investigadores portugueses a eleger o mais relevante ou empolgante acontecimento científico da última volta ao Sol, na sua área de investigação. Ao longo de 18 episódios, cientistas como Maria do Carmo Fonseca, Vítor Cardoso, Henrique Veiga Fernandes, Zita Martins, Nuno Maulide, Bruno Silva-Santos, Mónica Bettencourt-Dias, Carlos Fiolhais, Rui L. Reis, Joana Gonçalves de Sá ou Arlindo Oliveira têm contribuído para demonstrar que o conhecimento é a resposta para os nossos problemas e desafios.
Este ano surge uma nova categoria, o Prémio Ciência Viva Publicidade, que distingue a campanha publicitária sobre a fumagem tradicional dos produtos da charcutaria Izidoro, assinada pela agência criativa O Escritório. Uma campanha que num registo bem-humorado faz uso da bioquímica para explicar aos consumidores uma particularidade distintiva dos fiambres fatiados forno a lenha Izidoro. “Um dos fumos é obtido num gerador através da pirólise da serradura. Condensa-se o fumo com água fria e aplica-se numa tripa plástica. O processo químico de transferência do fumo dá-se na cozedura, com cuidado porque a concentração de ácidos, fenóis e carbonilos pode influenciar no sabor da mistura”, explica o sapiente empregado da pastelaria. A descrição do processo traz a público vocabulário e processos científicos que ajudam a familiarizar os cidadãos com a ciência.
A Cerimónia de Entrega dos Prémios Ciência Viva 2021 terá lugar a 24 de novembro, Dia Nacional da Cultura Científica, às 16.00, no Auditório José Mariano Gago, no Pavilhão do Conhecimento, em plena Semana da Ciência e da Tecnologia 2021. Estará presente o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. A cerimónia será transmitida via streaming na página da Ciência Viva.
Estes prémios são atribuídos todos os anos pela Ciência Viva a personalidades e instituições que se destacaram pelo seu mérito excecional na promoção da cultura científica em Portugal, de acordo com uma seleção feita pelos representantes das instituições científicas associadas da Agência Ciência Viva.
Desde 2012 já foram distinguidos com o Grande Prémio Ciência Viva o editor Guilherme Valente, o geólogo Galopim de Carvalho, o botânico Jorge Paiva, os físicos Manuel Paiva e Carlos Fiolhais, o patologista Manuel Sobrinho Simões, a astrónoma Teresa Lago, o astrofísico Rui Agostinho e o investigador e deputado Alexandre Quintanilha.
Biografias dos premiados aqui.
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