A diversidade da iniciativa Quintas Ciência Viva revela um conceito dinâmico e flexível, onde cada Quinta Ciência Viva será um elemento único, adaptado às características específicas do meio envolvente e das organizações que a constituem, com uma história e identidade próprias.
A missão e objectivos estratégicos permitem também afirmar a iniciativa Quintas Ciência Viva como uma rede coerente e colaborativa, com uma orientação comum. Para reforçar esta dimensão colaborativa e partilhada, é aqui proposta a Carta de Princípios com o objetivo de definir um conjunto mínimo de requisitos a observar na constituição de uma Quinta Ciência Viva, reconhecida como tal pela Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica.
Consideram-se Quintas Ciência Viva as unidades que cumpram os seguintes princípios:
As Quintas Ciência Viva são espaços públicos de aproximação à ciência, cultura e inovação no mundo rural, com uma missão centrada na educação, cultura científica e valorização dos recursos locais, a partir de uma aliança institucional entre a Ciência Viva, a administração central ou local, universidades e institutos politécnicos, instituições científicas e empresas.
A missão das Quintas Ciência Viva é promover a cultura científica e a inovação, assumindo a experimentação, a ligação à prática e a colaboração entre comunidades científicas, culturais, de raiz local, valorizando o território com a prestação de serviços de educação, ciência, tecnologia e criatividade.
As Quintas Ciência Viva orientam a sua missão em torno de cinco objetivos estratégicos.
Promover a coesão social e territorial através do desenvolvimento local e de contributos canalizados por via da educação da sociedade em geral e também por via da dinamização económica do tecido empresarial local.
Promover a inovação através da ciência, tecnologia, cultura e criatividade, sobretudo pela sua interconexão e pelo incitamento/desafio mútuo que a interação entre diversas áreas possibilita.
Aproximar a comunidade científica e académica da sociedade e tecido económico cruzando diferentes domínios e colocando em comunicação atores diversos que se apresentam dispersos ou desconectados.
Valorizar os recursos locais sejam eles património cultural local, recursos naturais específicos de Portugal ou investimentos prévios em infraestruturas ou equipamentos, por via da sua renovação/redescoberta ou revitalização.
Apoiar técnica e cientificamente a atividade económica e empresarial local por via da prestação de serviços e do acesso a uma comunidade científica e académica alargada, nacional e internacional com a qual a Agência tem já um sólido percurso de colaboração.
O programa funcional das Quintas Ciência Viva encontra-se estruturado em torno das seguintes funções:
Exposição de carácter interativo, permanente e temporária, instalada em espaço interior, mas também ao ar livre, como ambiente estimulador de experiências educativas multissensoriais;
Educação, quer por via direta da exposição à ciência e cultura, quer por via da formação (cursos, workshops, etc.), podendo integrar eventuais espaços de alojamento temporário (interior ou exterior) direcionado para residências artísticas e científicas;
Comunicação de ciência e cultura, quer por via de debates e apresentações, quer por via de experiências de cariz artístico e cultural;
Prestação de serviços científicos e de inovação, de apoio ao tecido económico e empresarial, através de Balcões de Conhecimento [Science Shops], onde as atividades de investigação são direcionadas para a procura de soluções sugeridas pela comunidade local, ou Oficinas Experimentais [Farm Hack/Farm Lab], onde se reúnem as condições necessárias para o desenvolvimento de atividades de investigação práticas, nomeadamente ensaios, trabalhos de campo e instalação de estações experimentais.
Apoiar técnica e cientificamente a atividade económica e empresarial local por via da prestação de serviços e do acesso a uma comunidade científica e académica alargada, nacional e internacional com a qual a Agência tem já um sólido percurso de colaboração.
O modelo institucional desenvolve e aprofunda o modelo de governação dos Centros Ciência Viva, assente num modelo de colaboração com agentes diferenciados, que ligam a sociedade à comunidade científica, e no qual a Agência Ciência Viva se constitui como elemento comum numa rede implantada em todo o território nacional.
Partindo da experiência de sucesso da Rede Nacional de Centros Ciência Viva (RNCCV) e do seu enraizamento a nível local e regional, o modelo de governação das Quintas Ciência Viva assenta numa ligação já consolidada entre administração local, instituições científicas e de ensino superior e Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, reforçando a ligação aos agentes mais dinâmicos nessas regiões, nomeadamente os parceiros empresariais (Figura 1). Partindo desta base, que constitui a estrutura institucional incontornável de uma Quinta Ciência Viva, podem ser acrescidos outros parceiros em cada unidade, que contribuam de forma pertinente para a missão e objetivos definidos.
A particular relevância do envolvimento da Agência neste modelo colaborativo beneficia da longa experiência bem-sucedida da coordenação da RNCCV, onde, através de regulares auditorias e uma grande proximidade na gestão, tem desenvolvido um trabalho de reconhecido fôlego. Paralelamente, a capacidade que tem demonstrado na mobilização e capacitação de pessoal qualificado que integra cada Centro Ciência Viva, à qual se soma a capacidade de envolver e dinamizar públicos tão variados como públicos escolares, familiares, investigadores e cientistas ou instituições e sociedade em geral são outras vertentes amadurecidas que fazem da Agência a entidade com um posicionamento particular para assegurar o sucesso e sustentabilidade a longo prazo da iniciativa Quintas Ciência Viva.
O papel desempenhado por cada um dos parceiros que constituem o modelo de governação das Quintas Ciências Viva é descrito na sua essência no quadro da Figura 2, podendo assumir configurações específicas adaptadas aos contextos específicos de implantação de cada unidade.
Exposição de carácter interativo, permanente e temporária, instalada em espaço interior, mas também ao ar livre, como ambiente estimulador de experiências educativas multissensoriais;
Educação, quer por via direta da exposição à ciência e cultura, quer por via da formação (cursos, workshops, etc.), podendo integrar eventuais espaços de alojamento temporário (interior ou exterior) direcionado para residências artísticas e científicas;
Comunicação de ciência e cultura, quer por via de debates e apresentações, quer por via de experiências de cariz artístico e cultural;
Prestação de serviços científicos e de inovação, de apoio ao tecido económico e empresarial, através de Balcões de Conhecimento [Science Shops], onde as atividades de investigação são direcionadas para a procura de soluções sugeridas pela comunidade local, ou Oficinas Experimentais [Farm Hack/Farm Lab], onde se reúnem as condições necessárias para o desenvolvimento de atividades de investigação práticas, nomeadamente ensaios, trabalhos de campo e instalação de estações experimentais.
Apoiar técnica e cientificamente a atividade económica e empresarial local por via da prestação de serviços e do acesso a uma comunidade científica e académica alargada, nacional e internacional com a qual a Agência tem já um sólido percurso de colaboração.
Cada unidade Quinta Ciência Viva é objeto de avaliação periódica e independente.
As Quintas Ciência Viva dispõem de um órgão de aconselhamento científico. Competelhe pronunciar-se, a título consultivo, sobre a definição das linhas estratégicas e da programação anual.
Cada Quinta Ciência Viva assume o compromisso de cooperar com outras Quintas Ciência Viva, através do intercâmbio e partilha de recursos e conhecimentos entre as entidades que integram a Rede de Quintas Ciência Viva.