Matteo Merzagora é o primeiro pensador residente da Ciência Viva

A partir do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, cientista vai desenvolver, durante um ano, uma nova perspetiva sobre o trabalho realizado pela Ciência Viva, em proximidade com a Rede Nacional de Centros Ciência Viva e estabelecendo pontes com as escolas, universidades e unidades de investigação.

O comunicador de ciência italiano Matteo Merzagora será, durante 2022, o primeiro Thinker in Residence da Ciência Viva. A residência, com a duração de um ano, surge no âmbito dos 25 anos da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica e centra-se em desafios contemporâneos reconhecidos como importantes para o futuro do envolvimento da ciência com a sociedade.

Cada Thinker in Residence da Ciência Viva será uma figura reconhecida à escala internacional no campo da educação e da cultura científica, esperando-se que forneça uma perspetiva externa sobre os eixos de atuação da Agência. No final da residência, o pensador apresentará um produto final, como uma publicação, uma pequena exposição, um relatório ou um evento, por exemplo uma conferência.

Da Física ao jornalismo e à formação de cientistas

Matteo Merzagora é diretor da Traces Association, em Paris, e antigo diretor do centro de cultura científica Espace des Sciences Pierre-Gilles de Gennes/ESPCI Paris/PSL (ESPGG). Colabora com museus de ciência europeus, como o Palais de Découverte, Cité des Sciences et de l’Industrie de Paris, e é consultor de projetos europeus, dois dos quais desenvolvidos em parceria com a Ciência Viva: o Siscode, assente em abordagens de co-criação e co-design para pesquisa e inovação responsáveis, e o SALL – Schools as Living Labs, que utiliza a metodologia de open schooling no desenvolvimento de projetos.

Depois de uma “primeira vida” como físico e de uma segunda como jornalista na área da ciência, Matteo Merzagora dedica-se atualmente a dar formação a cientistas, à organização de exposições científicas e eventos culturais e à gestão de projetos de ciência na sociedade. Supervisionou ou foi curador de todas as exposições da ESPGG, incluindo “La science, une histoire d’humor”, uma mostra sobre ciência e humor 100% financiada por crowfunding, e “Science frugale”, uma exposição/exploração participativa sobre formas criativas de desenvolver e financiar instrumentos científicos a partir de objetos tecnológicos descartados. Este último projeto venceu em 2017 o ECSITE Mariano Gago Award na categoria “Smart and Simple”.

Como investigador, trabalhou na Universidade de Milão na simulação de danos no DNA induzidos por radiação, para aplicações na proteção contra radiação e em radioterapia. Como jornalista, dirigiu o programa semanal de ciência da Radio Popolare di Milano e o programa diário de ciência da rádio nacional italiana RAI3, e foi colaborador de vários jornais italianos.

Enquanto docente é co-responsável do Diplome Universitário “Mediation Scientifique Innovante” (Université Paris Cité/Learning Planet Institute/TRACES), do projeto ANR “Reform” sobre formação em comunicação científica, e do projeto do programa Horizonte Europa RoadSteamers, que define a estratégia da União Europeia para a aprendizagem contínua das ciências.

Inspirado em Mariano Gago

Durante a residência na Ciência Viva, Matteo Merzagora desenvolverá o seu trabalho a partir do Pavilhão do Conhecimento, onde terá acesso ao Arquivo 25 anos da Ciência Viva. Terá oportunidade de visitar e participar ativamente na Rede Nacional de Centros Ciência Viva e de interagir com diferentes stakeholders, escolas, universidades e unidades de investigação.

O conceito do programa Thinker in Residence da Ciência Viva é inspirado no seu fundador, José Mariano Gago, que desempenhou este papel no Flanders’ Future as a Knowledge Society, um programa desenvolvido pela Academia Flamenga de Ciências.

Currículo e Publicações

Saiba mais sobre o percurso profissional e académico de Matteo Merzagora - AQUI - e sobre o seu trabalho publicado - AQUI .