Entre relíquias e recursos... o verão na Ciência Viva já começou
O solstício de verão no Hemisfério Norte teve lugar a 21 de junho, marcando o início oficial da estação astronómica do verão. Mas na Ciência Viva esperámos exatamente 31 dias para, com pompa e circunstância, lançar os dois programas de verão da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica: o Ciência Viva no Laboratório e o Ciência Viva no Verão.
O Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda, da Universidade de Évora, recebeu estudantes, investigadores e convidados para o lançamento do programa de Ocupação Científica de Jovens nas Férias. Holy Bodies – As relíquias vistas pelos cientistas, com coordenação da investigadora e Professora Associada da Universidade de Évora Teresa Alexandra Ferreira, deu o mote, cruzando as áreas de História, História da Arte, Antropologia Biológica, Química e Digitalização 3D.
"Entre os vários estágios da Ciência Viva, escolhi esta opção, porque apesar de ser da área das ciências exatas, sempre gostei muito de História. Este estágio é o melhor dos dois mundos!”, diz Sofia Afonso, da Escola Secundária João de Deus, em Faro, uma das quatro jovens do ensino secundário que participam neste estágio dedicado ao estudo de relíquias.
O curso começou com uma vertente anatómica, através da montagem dos ossos de um esqueleto, seguida do estudo das relações isotópicas, que fornecem informações a respeito da origem, história e hábitos da amostra. Sabiam que através do fragmento de um dente é possível reconstituir a dieta de um indivíduo? E não só! Como os ossos e os dentes se formam em períodos diferentes, podemos descobrir se os indivíduos nasceram e morreram no mesmo local... um autêntico estudo de mobilidade das populações.
O palco do lançamento do Ciência Viva no Verão foi escolhido à dimensão do programa. Falamos do Alqueva, o maior projeto hidroagrícola de Portugal.
"No Centro Alqueva a ciência é posta em prática todos os dias. A associação à Ciência Viva resulta da convergência das duas missões: o foco na ciência e divulgação científica e a aplicação da ciência no dia a dia; na hidráulica, na engenharia civil, na produção de energia renovável... Tudo isto associado a um sistema que é muito mais do que uma barragem, é uma grande infraestrutura que leva água a todo o Alentejo", enfatiza José Salema, Engenheiro da EDIA, empresa pública que gere o projeto Alqueva.
Durante a visita ao Centro Alqueva e às galerias da barragem, descobrimos, entre outras curiosidades, que se as quatro turbinas de Alqueva estiverem em funcionamento conseguem encher uma piscina olímpica em três segundos!