Trilho de exploração da Natureza

TRILHO DE EXPLORAÇÃO DA NATUREZA
Enquadrada por mosaicos de cultivo, a biodiversidade natural da Quinta Ciência Viva das Cerejas e das Ideias inclui espécies de fauna e flora representativas da riqueza biológica da Serra da Gardunha, classificada como Paisagem Protegida Regional e integrando a Rede Natura 2000.
Embora tenha uma forte componente de intervenção humana, com especial destaque para os cerejais e áreas florestais de resinosas, este sistema montanhoso preserva áreas com formações naturais e seminaturais com uma valiosa diversidade biológica, caracterizada por castinçais ( Castanea sativa ), carvalho-roble ou alvarinho ( Quercus robur ) e carvalho-negral ou carvalho-pardo-das-beiras ( Quercus pyrenaica ).É neste contexto que surge a abrótea ( Asphodelus bento-rainhae ), endemismo lusitano exclusivo da Serra da Gardunha.
Esta área também é caracterizada por zonas de urzais e urzais-estevais e pela ocorrência da caldoneira ( Echinospartum ibericum ) que é uma planta endémica ibérica.
A fauna é bastante diversificada e inclui várias espécies adaptadas ao ambiente agrícola e à proximidade de áreas naturais, exemplo disso são o musaranho-de-dentes-vermelhos ( Sorex granarius ), o musaranho-de-dentes-brancos ( Crocidura russula ) e o ouriço-cacheiro ( Erinaceus europaeus ).
Entre os mamíferos não é incomum encontrar a fuinha ( Martes foina ), o texugo ( Meles meles ), a gineta ( Genetta genetta ), a raposa ( Vulpes vulpes ) e, ocasionalmente, o javali ( Sus scrofa ).
Já nos cursos de água e zonas húmidas, destacam-se a lontra ( Lutra lutra ), a cobra-de-água-viperina ( Natrix maura ) e o lagarto-de-água ( Lacerta schreiberi ).Dos anfíbios é de salientar a salamandra-lusitânica ( Chioglossa lusitanica ) e o tritão-marmoreado ( Triturus marmoratus ).
No âmbito dos passeriformes encontramos o estorninho-malhado ( Sturnus vulgaris ), o melro ( Turdus merula ), o chapim-real ( Parus major ), o pintassilgo ( Carduelis carduelis ), a escrevedeira-de-garganta-cinzenta ( Emberiza cia ), e o papa-amoras-comum ( Curruca communis ).
Para além destas, marcam presença outras espécies como a alvéola-branca ( Motacilla alba ), o rouxinol-comum ( Luscinia megarhynchos ), o pisco-de-peito-ruivo ( Erithacus rubecula ), a estrelinha-real ( Regulus ignicapilla ) e o abelharuco ( Merops apiaster ).
Quanto às aves de rapina podemos observar a águia-calçada ( Hieraaetus pennatus ) e o tartaranhão-caçador ( Circus pygargus ). Das rapinas com hábitos crepusculares ou noturnos destaca-se a coruja-do-mato ( Strix aluco ).
No reino dos insetos realça-se a existência da fritilária-dos-lameiros ( Euphydryas aurinia ) que, dada a sua importância e fragilidade, é a única espécie de borboleta existente em Portugal que se encontra protegida pela Diretiva Habitats, encontrando-se também listada no Anexo II da Convenção de Berna(Convenção sobre a Vida Selvagem e os Habitats Naturais na Europa).
No entanto, as abelhas são das principais polinizadoras dos cerejais, tendo especial destaque científico a Andrena lusitania , espécie descoberta em 2021 nesta região no âmbito de um projeto de investigação sobre insetos polinizadores, desenvolvido pela Universidade de Coimbra.