Ave da família Pandionidae que constitui a única representante não só desta família, como também do seu género.

Ocorre em todos os continentes, com exceção da Antártida. Nidifica, habitualmente, em árvores, perto de água (rios, lagos ou costa marítima), porém pode ocorrer também em falésias escarpadas ou pequenas ilhas rochosas. Em Portugal, é observada durante a altura das migrações e no inverno, podendo ocorrer em zonas húmidas do interior ou litoral, como estuários, rios, lagoas costeiras, pauis, açudes e barragens.

Alimenta-se, essencialmente, de peixes de porte médio que podem ser de água doce (e.g. carpas), salobra (e.g. tainhas) ou salgada (e.g. sargos, robalos), o que lhe permite frequentar estuários, barragens, cursos de água de caudal lento e a orla costeira.

Ave de rapina grande, com asas compridas e estreitas e cauda de comprimento médio quadrada. Apresenta a parte inferior do corpo branca e a parte superior castanha. Na cabeça possui uma “máscara” preta e olhos amarelos bem visíveis sobretudo quando pousada. Tem um bico preto e curvo. É geralmente solitária e capaz de pescar com as patas para a frente, transportando as suas presas com as mesmas até a um local onde se possa alimentar em segurança. Pode atingir entre 52-60 cm de comprimento e 152-167 cm de envergadura.

É uma espécie monogâmica, com uma relação sazonal. Ambos os progenitores participam na alimentação das crias, a fêmea cuida e alimenta, enquanto o macho procura o alimento. Em Portugal, é atualmente um visitante não nidificante, principalmente durante a época da passagem migratória e como espécie invernante. Entre 2011 e 2015, a Universidade do Porto reintroduziu na natureza um número significativo de exemplares, tentando recuperar esta espécie como ave nidificante - Projeto de reintrodução da Águia-pesqueira como nidificante em Portugal. É também conhecida por nomes como guincho, mugeiro, pilha-peixe ou rabanho-branco.

As principais ameaças são a crescente perturbação humana no litoral, perturbação e degradação dos locais de nidificação, a perturbação associada à pesca, a morte acidental e o abate ilegal, a diminuição dos recursos alimentares e a poluição da água.