O Chá das Cinco na Estação espacial

Conta a lenda que, por volta de 2737 a.C., o imperador chinês Shen Nong, conhecido por suas iniciativas como cientista e patrono das artes, lançou a ideia de que beber água fervida seria uma medida higiénica – e estava certo. Durante uma viagem, deixou cair acidentalmente algumas folhas na água que estava a ser fervida. Ficou encantado com a mistura, bebeu-a e achou-a muito refrescante. O chá tinha sido criado!

Só depois de ser espalhado na Europa, essencialmente pela mão dos portugueses, o hábito de tomar chá (às cinco horas) foi introduzido em Inglaterra, também pela mão de uma portuguesa, Catarina de Bragança, filha de D. João IV de Portugal que casou com Carlos II de Inglaterra em 1662. Terá levado no seu dote uma arca de chá da China, instituindo o seu uso na corte.

Finalmente o chá chegou também ao Espaço. O responsável científico a bordo da estação, faz uma pausa e diz-nos como se toma o “chá das cinco” na ISS: “É fácil. Basta agarrar nos pauzinhos chineses, apanhar uma grande gota de chá e bebê-la”.

As gotas de líquidos a bordo da ISS não são perturbadas pelo seu peso e, por isso, são fabulosos objectos de investigação para estudar a física dos líquidos. As aplicações são variadas: interessam aos bombeiros porque a aspersão de água permite apagar incêndios; interessam aos meteorologistas que prevêem o tempo dado que as nuvens são compostas por pequenas gotas de água; interessam aos construtores de automóveis porque os motores de combustão interna queimam pequenas gotas de combustível. E há muitas outras aplicações.